Brasília é um sonho interrompido no meio de noite. Cidade inventada carente de novos inventores. Farta de vazio. O natural e o articial são um. Aqui se vê igrejas imensas com nenhuma gente dentro e também bibliotecas sem livros.
O plano fora despertado antes do descanso e se desfigurou. Avião virou mancha.
Isso porque - além de tudo - Brasília é elástica tal qual os sentimentos humanos. No Planalto não se identifica um sotaque, mas nenhum e todos. Que loucura. Não é única, mas muitas. Mais pra plural que pra singular. Numa mesma mente pode haver - isso é comum - a estranha convivência entre sonho de um arriscado projeto pessoal e ambição pela estabilidade dos concursos.
Brasília é de uma secura extremamente simpática. Deviam classificá-la como maior anfitriã do mundo. Quase todos se dizem hóspedes a espera de um outro lugar que talvez nunca apareça. E assim acabam ficando. A elasticidade da cidade é implacável.
*escrito em fevereiro de 2012, com apenas 15 dias de vida em Brasília. Que audácia. Claro que muito disso já mudou.
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013
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